Hoje abres as asas e sentes o ar frio da manhã, o céu está cinzento e húmido.
Tens coragem para saltar?
O som que ouves é de um riacho que tropeça nos trilhos milenares,
É verdade que mesmo de olhos fechados consegues ver tudo o que se esconde?
O teu ninho é feito de papel em tons de púrpura,
E os pingos de sangue que dele escorrem caem perdidos no meu peito.
Deixas os teus filhos sozinhos a chorar por ti,
Percorres mais uma vez o céu a vasculhar só mais uma refeição.
Recebo-te de olhos fechados e nem sinto as penas que deixas cair nas minhas mãos.
Curiosamente prefiro servir-te mais uma vez e ainda perguntar se queres que te ajude a abrir a janela para que chegues mais depressa a casa.